Karma e início de ciclos antigos
14 Abril, 2011 Deixe um comentário
Some people misunderstand the concept of karma. They take the Buddha’s doctrine of the law of causality to mean that all is predetermined, that there is nothing that the individual can do. This is a total misunderstanding. The very term karma or action is a term of active force, which indicates that future events are within your own hands. Since action is a phenomenon that is committed by a person, a living being, it is within your own hands whether or not you engage in action.
Dalai Lama
Segundo o Budismo, o karma são as ações do indivíduo no mundo, sejam elas boas ou não. Portanto, diferente de como se aplica o uso do termo, o karma não é um fardo difícil de carregar, uma espécie de “castigo”, derivado de outras vidas, inescapável por princípio. Ao contrário, o karma sugere que é preciso rever as próprias ações na vida presente, uma tarefa que não é assim tão complicada, se imaginamos que viver pode ser como escrever um texto – a versão final pode nem ser perfeita, contudo não se chega a um bom texto sem antes revisá-lo.
Quando penso a crise em Portugal, não há outra palavra mais adequada para definí-la: é kármico. Mas, é bom dizer, não é que seja inescapável por princípio, não estava previsto por princípio que Portugal entraria em tamanha crise econômica e política; mas, houve escolhas infelizes que foram feitas. Eu me pergunto: desde que Portugal entrou para a UE o que efectivamente fez para que crescesse e deixasse de ficar na periferia da Europa?
Agora, em Portugal um novo ciclo parece querer se iniciar, ou re-iniciar. Novas levas de emigrantes portugueses em breve chegarão ao Brasil e a muitos outros países bem mais distantes… Não irão de navio, como o meu pai; não chegarão com pouca educação, como os imigrantes dos séculos XIX e XX em busca do Eldorado; não querem ser padeiros, nem pasteleiros, como seus avôs ou bisavôs emigrados; leram Fernando Pessoa, ouvem música inglesa e falam inglês com fluência, às vezes também espanhol; não querem mais a França, nem a Suiça, nem a Alemanha porque já nem há tanto lugar assim para eles como antes; a América talvez seja coisa do passado também…
Quem vai ficar, então: os idosos; os que tiverem bom emprego; os que não tiverem dinheiro para sair; os que têm medo ou outras não-coragens ; crianças com suas avós e algumas exceções, pois estas há sempre. Ando aqui a perguntar-me – como se pergunta um português -, o que eu vou decidir. Ainda não sei, mas ando pensando bastante. Tenho no máximo 2 a 3 anos para fazê-lo. Até lá, vou tentar manter o meu bom karma…